quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

João Wesley - Tocha tirada do fogo (1703-1791)- Parte I




Olá pessoas! Durante essa semana um dos livros que estou lendo é "Heróis da Fé" do Orlando Boyer. O livro reuni a história de grandes homens que contribuíram grandiosamente para a propagação do Evangelho de Cristo. Tais como: Martinho Lutero, Carlos Spurgeon, Guilherme Carey e vários outros. Todos cumpriram a missão na qual foram designada o aqui nesta Terra. Mas, nesse post eu queria mostrar pra vocês a biografia de João Wesley, que como diz o titulo da postagem foi "uma tocha tirada do fogo".

 Como é uma longa história será dividida em três partes, mas não deixe de ler por ser grande , pois a história desse grande homem nos traz grande edificação...sem mais delongas, leiam.



O céu, à meia-noite, era iluminado pelo reflexo sombrio das chamas que devoravam vorazmente a casa do pastor Samuel Wesley. Na rua, ouviam-se os gritos: "Fogo! Fogo!" Contudo, a família do pastor continuava a dormir tranquilamente, até que os escombros ardentes caíram sobre a cama de uma filha, Hetty. A menina acordou sobressaltada e correu para o quarto do pai. Sem poder salvar coisa alguma das chamas, a família foi obrigada a sair casa a fora, vestindo apenas as roupas de dormir, numa temperatura gélida.
A ama, ao ser despertada pelo alarme, arrebatou a criança menor, Carlos, do berço. Chamou os outros meninos, insistindo que a seguissem, desceu a escada; porém, João, que então contava cinco anos e meio, ficou dormindo.
Três vezes a mãe, Susana Wesley, que se achava doente, tentou, debalde, subir a escada. Duas vezes o pai tentou, em vão, passar pelo meio das chamas, correndo. Sentindo o perigo, ajuntou a família no jardim, onde todos caíram de joelhos e suplicaram a favor da criança presa pelo fogo.
Enquanto a família orava, João acordou e, depois de tentar descer pela escada, subiu numa mala que estava em frente a uma janela, onde um vizinho o viu em pé. O vizinho chamou outras pessoas e conceberam o plano de um deles subir nos ombros de um primeiro enquanto um terceiro subia nos ombros do segundo, e alcançaram a criança. Dessa maneira, João foi salvo da casa em chamas, apenas instantes antes de o
teto cair com grande fragor.
O menino foi levado, pelos intrépidos homens que o salvaram, para os braços do pai. "Cheguem, amigos!", clamou Samuel Wesley, ao receber o filhinho, "ajoelhemo-nos e agradecemos a Deus! Ele me restituiu todos os meus filhos; deixem a casa arder; os meus recursos são suficientes." Quinze minutos depois, casa, livros, documentos e mobiliários, não existiam mais.
Anos depois, em certa publicação, apareceu o retrato de João Wesley e embaixo a representação de uma casa ardendo, com as palavras: "Não é este um tição tirado do fogo?" (Zacarias 3.2).
Encontra-se nos escritos de Wesley, a seguinte referência interessante, desse histórico sinistro: "Em 9 de fevereiro de 1750, durante um culto de vigília, cerca das onze horas da noite, lembrei-me de que era esse o dia e a hora, havia quarenta anos, em que me tiraram das chamas. Aproveitei-me do ensejo para relatar a maravilhosa providência. Os louvores e as ações de graças subiram às alturas e grande foi o regozijo perante o Senhor". Tanto o povo, como João Wesley, já sabiam naquele tempo porque o Senhor o poupara do incêndio.

O historiador Lecky, nomeia o Grande Avivamento como sendo a influência que salvou a Inglaterra de uma revolução, igual à que, na mesma época, deixou a França em ruínas. Dos quatro vultos que se destacaram no Grande Avivamento, João Wesley era o maior. Jônatas Edwards, que nasceu no mesmo ano de Wesley, faleceu trinta e três anos antes dele; Jorge Whitefield, nascido onze anos depois de Wesley, faleceu vinte anos antes dele; e Carlos Wesley continuou o seu itinerário efetivo somente dezoito anos, enquanto João continuou durante meio século.
Mas a biografia deste célebre pregador, para ser completa, deve incluir a história de sua mãe, Susana. De fato, é como certo biógrafo escreveu: "Não se pode traçar a história do Grande Avivamento do século passado (1700), na Inglaterra, sem dar uma grande parte da herança merecida à mãe de João e Carlos Wesley; isso não somente por causa da instrução que inculcou profundamente aos filhos, mas por causa da direção que deu ao avivamento."

A mãe de Susana era filha de um pregador. Esforçada na obra de Deus, casou-se com o eminente ministro, Samuel Annesley. Dos vinte e cinco filhos deste enlace, Susana era a vigésima quarta. Durante a vida,
seguiu o exemplo da sua mãe, passando uma hora de madrugada e outra à noite, orando e meditando sobre as Escrituras. Pelo que ela escreveu certo dia, vê-se como se dedicava à oração: "Que Deus seja louvado por todos os dias em que nos comportamos bem. Mas estou ainda descontente, porque não desfruto muito de Deus; sei que me conservo demasiada-mente longe dele; anseio ter a alma mais intimamente ligada a Ele pela fé e amor".

João era o décimo-quinto filho dos dezenove filhos de Samuel e Susana Wesley. O que vamos transcrever, escrito pela mãe de João, mostra como ela era fiel em "ordenar a seus filhos e a sua casa depois" dela (Gênesis 18.19): "Para formar a mente da criança, a primeira coisa é vencer-lhe a vontade. A obra de instruir o intelecto leva tempo e deve ser gradual, conforme a capacidade da criança. Mas o subjugar-lhe a vontade deve ser feito de uma vez, e quanto mais cedo tanto melhor... Depois, pode-se governar a criança pela razão e piedade dos pais, até chegar o tempo de a criança poder, também exercer o raciocínio."
Acerca de Samuel e Susana Wesley e seus filhos, o célebre comentador da Bíblia, Adão Clark, escreveu: "nunca li nem ouvi falar duma família; não conheço e nem existe outra, desde os dias de Abraão e Sara, de José e Maria de Nazaré, à qual a raça humana deve tanto."

Breve a parte II.
Abraços!

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